sábado, setembro 05, 2009

FORA DO CARNAVAL


Não é que as coisas não estejam em seus devidos lugares.

Podem até estar! Não sei.

Acho mesmo que nunca saberei

Vejo tantas coisas se movendo por outras órbitas

Que descubro

Que em matéria de códigos internos e condutas pessoais

A cada dia sei menos a respeito do seja

O certo e o errado

O que vale ou não a pena

O que é ou não desacerto ou descompasso.


São muitas as variações

Inúmeras as opções

Variados os ritmos em suas danças e contradanças

Que vez por outra me sinto confusa

E careço de figurações

A cada novo cenário que contemplo.


Mas gosto de ter um norte

E da afeição derivada do pertencimento a uma tribo!

Seja ela qual for!

Nunca é demais ter referências

Buscar identidades

Valores afinados com o próprio bem-estar

- Afinal, não estamos sós! -

E desde que não falte

O pão e o abraço

E que o novo manequim esteja confortável

E que a ninguém sufoque ou degole

Penso que haja espaço para todas as máscaras e fantasias

Na composição de novos sambas nestes enredos do dia-a-dia!



quinta-feira, setembro 03, 2009

INCÓGNITAS


Há um lado em mim que é lógico, cartesiano, analítico, racional. Um lado que busca explicações quase que matemáticas para tudo. Que quer relacionar causas e conseqüências como se a vida sempre se movesse por essas estranhas órbitas. É ele que me põe a dormir em sossego, me permite fazer escolhas que considero "sensatas" e me diz que a vida não se movimenta de forma aleatória e imprecisa.


Um outro lado, porém, me devora quando durmo e em sonhos desmente todos os meus pobres argumentos, me pondo em falsete, me fazendo desandar. Desata os nós precisos que cuidadosamente elaborei na teia do dia, querendo tudo firme e seguro.


Resisto a esse lado de abandono e de entrega incondicional. Me sinto nele perdida e vulnerável. Luto pelo seu controle. Penso e desejo estar no comando. Minhas tentativas quase que invariavelmente se frustram. Escorrem feito gelo sucumbindo aos primeiros sinais da primavera.


De uma forma doída, ainda busco recusas. Mas, tenho que admitir: decididamente, ainda não sei por onde passa a lógica da vida!