quinta-feira, setembro 03, 2009

INCÓGNITAS


Há um lado em mim que é lógico, cartesiano, analítico, racional. Um lado que busca explicações quase que matemáticas para tudo. Que quer relacionar causas e conseqüências como se a vida sempre se movesse por essas estranhas órbitas. É ele que me põe a dormir em sossego, me permite fazer escolhas que considero "sensatas" e me diz que a vida não se movimenta de forma aleatória e imprecisa.


Um outro lado, porém, me devora quando durmo e em sonhos desmente todos os meus pobres argumentos, me pondo em falsete, me fazendo desandar. Desata os nós precisos que cuidadosamente elaborei na teia do dia, querendo tudo firme e seguro.


Resisto a esse lado de abandono e de entrega incondicional. Me sinto nele perdida e vulnerável. Luto pelo seu controle. Penso e desejo estar no comando. Minhas tentativas quase que invariavelmente se frustram. Escorrem feito gelo sucumbindo aos primeiros sinais da primavera.


De uma forma doída, ainda busco recusas. Mas, tenho que admitir: decididamente, ainda não sei por onde passa a lógica da vida!



Nenhum comentário:

Postar um comentário