sábado, agosto 22, 2009

BLINDANDO A DESPOESIA


Pintei de sonhos o luar

E parti ao encontro

De seu vento forte na maré cheia

Impregnado de maresias

E dos sons e perfumes da noite.


Sabia dos ritmos da lua

Da pulsação das marés

Do movimento das estrelas

E de quantas ilusões e perigos se podia tecer

Um sonho aberto ao tempo

No meio da noite.

Decidi mesmo assim

Abrir mão dos fantasmas

Que insistiam em me rondar

Corroendo-me a fantasia

Contaminando-me os olhos e a poesia.


Mal começou o dia

Descobri o quanto de sal me custaria

Jogar continuamente flores no mar

E implorar bênçãos e mágicas

Para a doce Iemanjá: Um oceano inteiro...

E toda uma vida!


Afundei-um-a-um-sem-dó-nem-piedade-todos-os-seus-belos-navios-que-despontavam-a-minha-frente-na-linha-do-horizonte-e-insistiam-em-me-acenar-seus-lenços-brancos!

Minha passagem para o ano novo

Aconteceu ali à luz do dia

Em pleno mês de agosto.

Movida apenas pela leveza

De um pequeno barco a vela

E com o inevitável mar convulso

Batizando meus olhos.



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