domingo, agosto 16, 2009

ECLIPSE


Estou naquela fase do me des-cobrir de novo

E não me pergunte o porquê.

Qualquer resposta que eu lhe dê

Será inútil e sem consolo.


Não gosto de me sentir assim:

perdida, começando do escuro!

Mas, vez por outra,

Isso me acontece.

E nessas horas só me resta mesmo,

Respeitar esses meus ciclos de lua instável,

desprovida momentaneamente de luz,

movida a precariedades,

Girando meio que às cegas,

Num firmamento do tudo possível

Sem rotas e garantias

E ainda assim

E apesar disso

Me permitindo ir

Vulnerável

Sensível a todos os apelos

E pedidos de socorro e urgências que ecoam

Dentro e fora de mim.


Contraditoriamente

Me sinto bem dentro dessa fragilidade

Que me põe de alma nua e tão humana

Fazendo-me sentir aberta a um novo começo

Ausente de respostas

Inundada de perguntas

E, como sempre,

Querendo entender

Do jogo das charadas

Suas possíveis ciladas

Ante a matéria imprecisa dessa guia do viver.



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