Estou naquela fase do me des-cobrir de novo
E não me pergunte o porquê.
Qualquer resposta que eu lhe dê
Será inútil e sem consolo.
Não gosto de me sentir assim:
perdida, começando do escuro!
Mas, vez por outra,
Isso me acontece.
E nessas horas só me resta mesmo,
Respeitar esses meus ciclos de lua instável,
desprovida momentaneamente de luz,
movida a precariedades,
Girando meio que às cegas,
Num firmamento do tudo possível
Sem rotas e garantias
E ainda assim
E apesar disso
Me permitindo ir
Vulnerável
Sensível a todos os apelos
E pedidos de socorro e urgências que ecoam
Dentro e fora de mim.
Contraditoriamente
Me sinto bem dentro dessa fragilidade
Que me põe de alma nua e tão humana
Fazendo-me sentir aberta a um novo começo
Ausente de respostas
Inundada de perguntas
E, como sempre,
Querendo entender
Do jogo das charadas
Suas possíveis ciladas
Ante a matéria imprecisa dessa guia do viver.
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