segunda-feira, agosto 17, 2009

O QUE EU POSSO LHE DIZER, AMOR?


O que eu posso lhe dizer, Amor?

Que nada se acaba da noite para o dia?

Que os abismos e escuros vão se tecendo lentamente nas pequenas incongruências?

Que é mais fácil e rápido destruir do que construir?

Que são as pequenas e contínuas ondas que abalam o casco de um veleiro?

Que nas grandes tempestades é que se prova a força de uma embarcação?

Que nos detalhes que ignoramos é que ganhamos ou perdemos?

Que no geral sequer notamos as diferenças?

Que vistas de longe todas as montanhas são iguais?

Que são muitas as formas de amar?

Que a vida é um teste de múltiplas e amplas escolhas,

mas não podemos ser levianos e inconsequentes?

Que não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo?

Que amar é investir afetivamente no outro

E exige uma taxa de retorno desse afeto na mesma proporção?

Que a paixão não comporta indecisões?

Que o amor requer exclusividade?

Que não se pode brincar com sentimentos sem se ferir ou ferir o outro?

Que nunca sabemos como será o dia de amanhã?

Que se pode afivelar as malas a qualquer hora,

Comprar o bilhete e partir?

Que ter que dizer adeus é sempre triste, mas que pode também significar um alívio?

Que há um tipo de leveza do ser que é insustentável?

Que uma das coisas mais importantes da vida é se perguntar: - Até onde eu posso ir? Até onde eu agüento? E colocar limites para si mesmo?

Que o amor não comporta irresponsabilidades para com aqueles que são objeto de nosso afeto?

Que sentir medo é inerente ao sentimento de estar vivo?

Que o amor tem suas zonas de luz e sombras?

Que tudo na vida passa por fases, mudanças, inumeráveis ritos e alterações em seus ritmos?

Que sob o guardachuva do amor tudo pode acontecer?

Que é nas quedas que a água ganha força?

Que sempre haverá pedras no meio do caminho?

Que a vida é uma balança que exige equilíbrio?

Que o amor não tem que rimar com dor e exige eco?

Que a beleza verdadeira é feita de imperfeições?

Que qualquer tipo de preconceito é sempre odioso?

Que ninguém gosta de se sentir à beira de precipícios?

Que esse mundo é muito mais vasto do que pode supor nosso minúsculo coração?

Que se perceber diante de encruzilhadas na estrada da vida é quase que inevitável, mas fazer opções pelo caminho a seguir, também?

Que não existem âncoras para o viver e amar mas que um mínimo seguro é necessário para nossa sanidade?

Que não podemos viver brincando de gangorras?

Que teto, comida, vestuário, trabalho, calor, prazer e amor são ingredientes obrigatórios na cesta básica de qualquer ser humano?

Que para amar não se exige carteira de habilitação,mas que chega uma hora em que temos que saber como usar o volante e os pedais do freio desse carro chamado AMOR?

Que esse mesmo carro desgovernado e sem direção pode ferir muita gente?

Que nossa beleza e poder de sedução são armas que podems ser usadas para vivermos em paz, com amor e alegria?

Que o amor exige entrega e formação de vínculos?

Que não podemos ficar submetidos às forças de um mercado amoroso instável, inseguro e de corações e cotações oscilantes e vazios?

Que chega um momento em que é preciso abandonar o “talvez” e aprender a dizer “sim” ou “não”?

Que o cardápio é variado e está sempre à disposição, mas que usar as pessoas unicamente como fonte de alimento e prazer é puro egoísmo?


O que eu posso lhe dizer, Amor?

Não sei. Também me movo por perguntas!


Os caminhos são muitos

e os roteiros quem traça é você!

Siga o tempero do seu coração

e acrescente as também necessárias pitadas de razão.

A única coisa que descobri até agora

é que na vida nunca nada é de graça,

tudo pode ser escolhido

mas temos um preço a pagar.

A decisão é sua e sempre será!


Quaisquer que sejam suas escolhas

Viva, e deixe viver!

Dê prazer a quem você ama

Mas exija este mesmo prazer para você!

Continuo aqui para quando precisar!

Beijos.



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