Somos como árvores. Continuamos precisando de ar e água, luz e calor, em qualquer idade ou estação. O passar dos anos só nos dá grandiosidade de raízes e ramos. Com os cuidados adequados, continuamos florescendo!
Eu sei que você me ama do jeito que eu sou: louca, enfurecida aparentemente sana e muitas vezes perdida ...
Sei também que anda girando fora dos meus aneis. Detesto esta ideia de me sentir assim, solta num firmamento sem luz, sem satélites buscando novas constelações em novas órbitas novos trânsitos...
Já lhe disse, meu bem
Que eu sou uma ficção,
Uma invenção de mim mesma.
Você, porém, insiste em não querer acreditar!
Que posso fazer?
Despertei em mim esse lado brincante da vida
Ora estou alegre feito criança surpreendida diante de um brinquedo novo...
Ora estou chorando porque este mesmo brinquedo se quebrou...
Faz parte da vida
Pelo menos, da minha vida,
Encarar os fatos desta maneira.
Aprendi esta verdade à custa de sal, lágrimas e outras alegrias!
E vou me permitindo viver exatamente desta forma.
Coloque seus princípios...
Se eles me agradarem
Sigo-os com carinho e prestígio,
Se não...
Desobedeço-os-sem-sentimentos-de-culpa.
Dor doída não quero!
Alegrias?
Que venham todas...
E sem pedir licença!
Sei que o mundo, ou a vida, não são brinquedos diletantes
Por isso mesmo, respeito avisos, sinais e outros artefatos do gênero
Há um lado em mim que é lógico, cartesiano, analítico, racional. Um lado que busca explicações quase que matemáticas para tudo. Que quer relacionar causas e conseqüências como se a vida sempre se movesse por essas estranhas órbitas. É ele que me põe a dormir em sossego, me permite fazer escolhas que considero "sensatas" e me diz que a vida não se movimenta de forma aleatória e imprecisa.
Um outro lado, porém, me devora quando durmo e em sonhos desmente todos os meus pobres argumentos, me pondo em falsete, me fazendo desandar. Desata os nós precisos que cuidadosamente elaborei na teia do dia, querendo tudo firme e seguro.
Resisto a esse lado de abandono e de entrega incondicional. Me sinto nele perdida e vulnerável. Luto pelo seu controle. Penso e desejo estar no comando. Minhas tentativas quase que invariavelmentese frustram. Escorrem feito gelo sucumbindo aos primeiros sinais da primavera.
De uma forma doída, ainda busco recusas. Mas, tenho que admitir: decididamente, ainda não sei por onde passa a lógica da vida!
O que eu acho? O que eu penso? Como vejo as coisa? Será que isso importa? Será que você quer mesmo minha opinião? Será que ela vai lhe agradar? Será que isso vai mudar alguma coisa? Será que vai de alguma forma lhe ajudar? E se eu lhe desapontar? Será que vai me olhar com o mesmo afeto?
Há horas, meu bem, que a melhor a coisa a fazer É ficar mesmo num doce silêncio Numa linguagem muda! Assim ninguém se machuca! Você não concorda?
O verbo era forte e seu tempo ainda se conjugava no presente. Jogo pesado. Tinha que ter cacife para bancar. Muito know-how. Muita estrutura emocional para surfar nas ondas altas e se segurar nas vazantes das marés sem se deixar arrasar ou se arrastar. Engolir as derrotas, equilibrar-se nas instabilidades e flutuações. Driblar as correntes traiçoeiras, os arrecifes insuspeitos. Acautelar-se diante diante de icebergs revelando apenas uma pequena ponta de seus cumes gelados. A navegação seria sempre sem cartas náuticas e, ora sob um céu de luas crescentes e cheias, ora minguantes e vazias. Nas noites de frio e chuva, teria que apelar para o agasalho e proteção de uma boa bebida quente. Uma água ardente! Aquele, pensou, era um esporte como outro qualquer. Só que com variações arriscadas. Exigia habilidades extras, capacidade, talento, desinibição. E mais, como numa boa mesa de pôquer, sem parcerias, sem solidariedades. Cada um por si e Deus por todos. Tinha que ser uma excelente atriz e ter muito sangue frio, não demonstrar emoção ou medo ante as cartas confusas, mal embaralhadas, desalinhadas. Muito menos revolta ou desprazer. Pensou na adrenalina, na convulsão. Nas pernas fortes que teria que ter para se levantar rápido - e sozinha e sem nenhum cavalheiro para estender-lhe a mão e o chapéu! - nas horas das quedas bruscas, inesperadas, violentas. E se recompor mais rápido ainda, equilibrando-se com elegância no salto alto, olhando para a câmera a lhe dizer: - Sorria, meu bem, você está sendo filmada! Pensou nas regras tão novas e desconhecidas, seu domínio e suas possíveis armadilhas. No difícil repique. Sentiu-se descaradamente descrente. Impotente para cortar o vento com as mãos, fazê-lo parar ou mudar-lhe a direção. Lembrou-se de que tinha sangue quente e sentimentos complexos. Gostava do sonho, do encanto, do romance, da fantasia. Calculou os riscos com régua fina e milimetricamente precisa e desistiu ante a lâmina afiada demais, sob o constante fio da navalha! Apagou a luz, colocou a cabeça no travesseiro e murmurou baixinho: - Não sou morcego! Em seguida, num sobressalto, sentou-se no meio-da-noite-no-meio-do-escuro-no-meio-da-cama e gritou em alto e bom som para quem quisesse ouvir:
- NÃO-SOU-MORCEEEEGOOOOOOOO!!!!!!!!
E foi dormir. Porque era o melhor que tinha a fazer naquele momento!
Há um tipo de maçã Que é envenenada. Pode até deixar as mulheres belas Porém, adormecidas... Ou, então, anestesiadas em sua dor Ou envolvidas em muitas noites de solidão! Seu veneno é doce, suave O perfume, sedutor e inebriante. Mas mata. Aos pouquinhos...
Que os abismos e escuros vão se tecendo lentamente nas pequenas incongruências?
Que é mais fácil e rápido destruir do que construir?
Que são as pequenas e contínuas ondas que abalam o casco de um veleiro?
Que nas grandes tempestades é que se prova a força de uma embarcação?
Que nos detalhes que ignoramos é que ganhamos ou perdemos?
Que no geral sequer notamos as diferenças?
Que vistas de longe todas as montanhas são iguais?
Que são muitas as formas de amar?
Que a vida é um teste de múltiplas e amplas escolhas,
mas não podemos ser levianos e inconsequentes?
Que não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo?
Que amar é investir afetivamente no outro
E exige uma taxa de retorno desse afeto na mesma proporção?
Que a paixão não comporta indecisões?
Que o amor requer exclusividade?
Que não se pode brincar com sentimentos sem se ferir ou ferir o outro?
Que nunca sabemos como será o dia de amanhã?
Que se pode afivelar as malas a qualquer hora,
Comprar o bilhete e partir?
Que ter que dizer adeus é sempre triste, mas que pode também significar um alívio?
Que há um tipo de leveza do ser que é insustentável?
Que uma das coisas mais importantes da vida é se perguntar: - Até onde eu posso ir? Até onde eu agüento? E colocar limites para si mesmo?
Que o amor não comporta irresponsabilidades para com aqueles que são objeto de nosso afeto?
Que sentir medo é inerente ao sentimento de estar vivo?
Que o amor tem suas zonas de luz e sombras?
Que tudo na vida passa por fases, mudanças, inumeráveis ritos e alterações em seus ritmos?
Que sob o guardachuva do amor tudo pode acontecer?
Que é nas quedas que a água ganha força?
Que sempre haverá pedras no meio do caminho?
Que a vida é uma balança que exige equilíbrio?
Que o amor não tem que rimar com dor e exige eco?
Que a beleza verdadeira é feita de imperfeições?
Que qualquer tipo de preconceito é sempre odioso?
Que ninguém gosta de se sentir à beira de precipícios?
Que esse mundo é muito mais vasto do que pode supor nosso minúsculo coração?
Que se perceber diante de encruzilhadas na estrada da vida é quase que inevitável, mas fazer opções pelo caminho a seguir, também?
Que não existem âncoras para o viver e amar mas que um mínimo seguro é necessário para nossa sanidade?
Que não podemos viver brincando de gangorras?
Que teto, comida, vestuário, trabalho, calor, prazer e amor são ingredientes obrigatórios na cesta básica de qualquer ser humano?
Que para amar não se exige carteira de habilitação,mas que chega uma hora em que temos que saber como usar o volante e os pedais do freio desse carro chamado AMOR?
Que esse mesmo carro desgovernado e sem direção pode ferir muita gente?
Que nossa beleza e poder de sedução são armas que podems ser usadas para vivermos em paz, com amor e alegria?
Que o amor exige entrega e formação de vínculos?
Que não podemos ficar submetidos às forças de um mercado amoroso instável, inseguro e de corações e cotações oscilantes e vazios?
Que chega um momento em que é preciso abandonar o “talvez” e aprender a dizer “sim” ou “não”?
Que o cardápio é variado e está sempre à disposição, mas que usar as pessoas unicamente como fonte de alimento e prazer é puro egoísmo?
O que eu posso lhe dizer, Amor?
Não sei. Também me movo por perguntas!
Os caminhos são muitos
e os roteiros quem traça é você!
Siga o tempero do seu coração
e acrescente as também necessárias pitadas de razão.
¿Qué les queda por probar a los jóvenes en este mundo de paciencia y asco? ¿sólo grafitti? ¿rock? ¿escepticismo? también les queda no decir amén no dejar que les maten el amor recuperar el habla y la utopía ser jóvenes sin prisa y con memoria situarse en una historia que es la suya no convertirse en viejos prematuros
¿qué les queda por probar a los jóvenes en este mundo de rutina y ruina? ¿cocaína? ¿cerveza? ¿barras bravas? les queda respirar / abrir los ojos descubrir las raíces del horror inventar paz así sea a ponchazos entenderse con la naturaleza y con la lluvia y los relámpagos y con el sentimiento y con la muerte esa loca de atar y desatar
¿qué les queda por probar a los jóvenes en este mundo de consumo y humo? ¿vértigo? ¿asaltos? ¿discotecas? también les queda discutir con dios tanto si existe como si no existe tender manos que ayudan / abrir puertas entre el corazón propio y el ajeno / sobre todo les queda hacer futuro a pesar de los ruines de pasado y los sabios granujas del presente.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas Que já têm a forma do nosso corpo E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: E se não ousarmos fazê-la Teremos ficado para sempre À margem de nós mesmos.
Espero que os textos aqui escritos possam cumprir a sua missão: viajar pelos espaços, desfazer os fios tênues das barreiras virtuais e espirituais que nos aprisionam, nos libertar de nossos imaginários exílios interiores e tocar a todos que aqui chegam. Ainda que à distância.